sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A crise da Moeda Única

A Europa está mergulhada numa profunda e grave crise. O descontrole das contas públicas de alguns países da Zona Euro conduziram a uma crise financeira que levará anos para ser totalmente superada. Os paises que estão numa situação mais delicada são a Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha que se endividaram excessivamente. A indisciplina destes países relativamente aos gastos públicos levou a que se falasse numa possível saída do Euro.
O Primeiro-Ministro Passos Coelho afirmou nos últimos dias que a saída do Euro é uma "eventualidade" para a qual "temos de estar preparados", no entanto esta seria uma "catástrofe e provocaria a recessão á escala global".
Mas quais seriam para Portugal as reais vantagens e desvantagens de abandonar a moeda única? Em linhas simples, se voltassemos ao Escudo não teriamos de seguir as regras do Pacto de Estabilidade e do Banco Central Europeu, basicamente teriamos uma politica fiscal menos restritiva. Poderiamos, ainda, beneficiar de uma eventual desvalorização da nossa moeda, o que iria aumentar a competitividade das nossas exportações, mas este, apesar de benéfico seria um ganho artificial uma vez que nao resolveria o problema da baixa produtividade, simplesmente o adiava.
No entanto o regresso ao Escudo acarretaria grandes custos para o nosso país, como uma provável descida do rating nacional que neste momento já está num nível muito baixo e um aumento dos juros e das dificuldades de financiamento, o que poderia levar a falência de Portugal, á semelhança do que aconteceu com a Islândia. Se abandonassemos o Euro seriamos, ainda, alvo de desconfiança por parte dos outros membros e diminuiria a nossa influência política na Europa e no Mundo.
Ou seja, os beneficios de permanecer no Euro são bem maiores do que os de abandonar a moeda única.
Um estudo realizado pelo professor universitário Ricardo Cruz enumera, entre outras coisas, as barreiras que países como Portugal e a Grécia teriam de enfrentar ao abandonar a moeda única. E quantifica os impactos que tal medida teria no ano da ruptura. No caso de Portugal, esse custo, estima a UBS, poderia variar entre 101,1 e 122,3 mil milhões de euros, ou seja, 60,1 a 72,8% do PIB, sendo o impacto ‘per capita' variável entre 9.500 e 11.500 euros ‘per capita'. Mas o estudo vai mais longe e avança também com a possibilidade da própria Alemanha voltar a utilizar o marco alemão, um cenário que acarretaria custos elevados para o país de Angela Merkel. Assim, no ano de ruptura, a economia alemã teria de enfrentar um custo entre 490,8 mil milhões e 654,4 mil milhões de euros, cerca de 20,5 a 27,3% do PIB - o que significa que cada alemão teria um custo variável entre seis e oito mil euros.
Os especialistas acreditam que a crise na Zona Euro é reversível e as medidas para fortalecer a Moeda Única Eurpeia estão a ser estudadas.



2 comentários:

  1. Sim senhor quem sabe sabe. Esta Sofia é guicha e saba umas coisas. Bem aplicado o tempo que gastou na escola.

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  2. Esta questão da crise suscita-me um comentário nada simpático para com os políticos… qualquer que seja a cor deles.
    Hoje em boa verdade não me revejo em partido político nenhum e acho até que a raiz de todos os nossos males está precisamente na acção nefasta que eles tem exercido sobre o aparelho de Estado e a Sociedade.
    E digo isto, não porque defenda uma democracia sem partidos políticos mas antes porque estes partidos e a forma como eles se organizaram para tomar conta do poder está gasta e tem sido perversa.
    Por isso aqui fica a minha opinião sobre a crise:
    Desengane-se quem pensa que as medidas de austeridade são gizadas a pensar no bem-estar de todos nós!!!
    É um erro colossal pensar isso. De facto eles estão interessados, isso sim, em manter o seu estatuto enquanto elites privilegiadas e temem muito a eventual redução das suas regalias, benesses e mordomias.
    ISSO E SÓ ISSO MOVE OS POLÍTICOS QUE TÊM EXERCIDO O PODER EM PORTUGAL! NADA MAIS!!!

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