terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Porque descem as avaliações das casas

Bancos estão a avaliar as casas por valores cada vez mais baixos na altura de conceder crédito.
O valor médio a que os bancos avaliam as casas não para de cair. Segundo o último inquérito à avaliação bancária efectuado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Outubro o preço médio do metro quadrado no âmbito da concessão de crédito à habitação situou-se nos 1.093 euros. Este montante representa uma quebra de 1% face ao mês anterior e de 3,5% em relação ao período homólogo, bem como constitui um novo mínimo histórico.
Há seis meses consecutivos que a avaliação que os bancos atribuem às casas vem a diminuir e seria necessário recuar, pelo menos até 2003, para assistir a valores inferiores. Ao Económico, fonte oficial do INE explicou que "o valor de avaliação mais baixo, para âmbito geográfico Continente (e não País) foi 1.147 euros/m2 no terceiro trimestre de 2003" e que, antes desse ano não é correcto comparar valores.
Face ao preço médio máximo atingido este ano (1.154 euros em Abril), o valor do metro quadrado nacional já caiu 61 euros. Essa tendência de quebra é transversal à generalidade das regiões do País. De acordo com os dados do INE, entre os meses de Setembro e Outubro, a maioria das regiões do país registou diminuições dos valores de avaliação. Contudo, os Açores e a Região Centro, foram aquelas em que o impacto de descida mais se fez sentir: 40 euros (variação de -3,8%) e 16 euros (-1,7%), respectivamente. Já o Algarve e a Região Autónoma da Madeira, foram as únicas zonas do País a registar uma subida do preço médio do metro quadrado. Já as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto registaram uma diminuição do valor do metro quadrado para habitação.
Em termos homólogos, a Madeira foi a única região do País a protagonizar uma subida da avaliação bancária dos seus imóveis. Já os Açores e o Algarve foram as regiões nacionais mais penalizadas pelos bancos na altura de decidir o montante do empréstimo a conceder no último ano: em termos absolutos, as avaliações baixaram 91 euros e 61 euros, respectivamente.
Entre as regiões que apresentam os valores médios de avaliação mais elevados, acima da média nacional, figuram Lisboa, Algarve e Madeira, enquanto que no extremo oposto estão a Beira Interior Sul e a Serra da Estrela.
Porque descem as avaliações das casas
Na prática, a diminuição da avaliação das casas tem sido uma das estratégias utilizadas pelas instituições bancárias como forma de restringir os montantes dos financiamentos a conceder. Para além disso, os bancos também estão a exigir, na aprovação de crédito à habitação, rácios de financiamento/garantia mais baixos, bem como ‘spreads' muito mais elevados face ao que se passava há alguns anos.
Catarina Melo  
04/12/11

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